Momento especial

Movimento Você e a Paz em São Paulo

Momento especial

Texto: Roger Hayas e Elisabete Sacon – Fotos: Manolo e Jorge Moehlecke


Divaldo Franco
A hora mais esperada do evento foi a palestra de Divaldo Franco. Ele iniciou a mensagem falando sobre “Manifesto 2000”, proposto pela UNESCO. Criado com o objetivo de disseminar a paz no mundo, esse manifesto concluiu que a tarefa poderia ser simples caso os países se tornassem responsáveis pelo cultivo e verdadeiros guardiões da paz, comprometendo-se a cumprir seis itens essenciais: preservar a paz, onde quer que ela esteja; rejeitar a violência; ser generoso e tolerante; procurar ouvir para compreender; respeitar a natureza; e, finalmente, redescobrir a solidariedade. Tais itens são facilmente identificados em ensinamentos e práticas de diferentes religiões pelo planeta, tendo como base a afetividade, o amor, a compreensão e a tolerância.

Divaldo se utilizou do holocausto para abordar a importância do perdão radical como um caminho para a busca da paz interior. Ele destacou que o perdão não está ligado ao esquecimento da ofensa, mas é um gesto de não desejar ao outro o mesmo mal. “O perdão é o grande passo para podermos alcançar a paz. Ou perdoamos ou viveremos sem paz. O perdão aqui tem uma elasticidade muito grande. Não é esquecer a ofensa, o perdão é não revidar o mal, porque esquecer a ofensa é uma questão de memória, não de sentimento”, disse ele citando a obra “O Perdão Radical”, de Brian Zahnd.

Entre relatos de acontecimentos pessoais e históricos, Divaldo reforçou a importância do amor próprio como base fundamental para amar todos, pois à medida que o ser reconhece suas próprias falhas torna-se mais tolerante consigo e com os outros, e relembrou ainda sobre a definição do verdadeiro espírita, segundo Allan Kardec, que é aquele que está constantemente preocupado em praticar o bem e dominar suas más tendências em busca da evolução espiritual.

Por fim, Divaldo disse que a causa de todos os tipos de dificuldades que o planeta enfrenta é a crise ético-moral. Por esse motivo é fundamental que seja promovida a educação moral das pessoas baseada nas propostas no Evangelho de Jesus, a fim de que se possa vencer as más inclinações e pacificar o mundo interior, dulcificando a alma e vivendo em paz, servindo e amando todas as criaturas.

Divaldo encerrou sua participação declamando o belíssimo Poema da Gratidão, de Amélia Rodrigues, emocionando a todos e deixando em cada coração a mensagem de que a verdadeira paz começa dentro de cada um de nós.

Para finalizar, todos os convidados e o público presente cantaram a música “Paz pela Paz”, de Nando Cordel, num momento de extrema emoção e comoção, em que a paz foi cultuada e almejada por cada uma das pessoas ali presentes.


  • Divaldo Franco

  • “É necessário que a paz se nos aloje no coração, primeiro autoperdoando-nos, alguns de nós somos muito exigentes conosco mesmos, e nos olvidamos que somos criaturas de barro, barro celular, barro orgânico e que aprendemos através dos próprios erros; é necessário que nos perdoemos, isto é, que nos demos uma outra chance para reabilitar-nos ante o mal que fizemos e prosseguir no bem que devemos fazer. Depois de nos exercitar ao autoamor, a nos respeitar, vamos amar aqueles que também nos amam. Depois os que nos são inamistosos, os que nos são antipáticos e aqueles que nos perseguem, caluniam, porque estão doentes e não sabem. Então o perdão tem essa extensão, se chegarmos a perdoá-los amaremos a Deus, se chegarmos a torná-los simpáticos a nós, teremos Deus em nós(…) Eduquemos pelos nossos hábitos. Façamos a paz pelo nosso sorriso. Paz já não é mais um substantivo, é verbo. O Aurélio criou o verbo “pazear”. Vamos pazear, vamos fazer a nossa paz? Então vamos sorrir mais, vamos olhar o nosso próximo com uma outra óptica, vamos ter como foco o bem-estar do outro, que resultará em nosso bem-estar. Ninguém é tão destituído de valores que não possa sorrir. Ninguém é tão pobre, tão pobre, que não possa desculpar e, se não é capaz de perdoar, desculpe. Dê-lhe uma nova chance como você gostará de, no momento do delito, receber também a oportunidade de uma nova chance.”
    Divaldo Pereira Franco